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Alvaro Penteado Crósta
Pró-Reitor de Desenvolvimento Universitário da Unicamp

João Frederico da Costa Azevedo Meyer
Coordenador da Diretoria Geral de Recursos Humanos da Unicamp

Ao mesmo tempo em que completava 35 anos de vida, celebrados no final do ano passado, a Unicamp implantou uma nova carreira para os seus funcionários não docentes, por meio do Plano de Carreira, Vencimentos e Salários da Unicamp (PCVS). Ao contrário da carreira docente existente na Unicamp, estabelecida há muitos anos e fortemente baseada em critérios de mérito acadêmico, a Universidade não dispunha de uma carreira condizente com as justas aspirações de seu corpo de funcionários e com as características e necessidades atuais da instituição em termos da gestão de recursos humanos.

O processo de definição dessa nova carreira iniciou-se em 1999, com a formação de um grupo técnico dedicado a estudar essas necessidades e aspirações. Esse grupo contou com a participação de funcionários da Unicamp com amplos conhecimentos sobre a carreira então vigente e suas limitações, todos eles membros da Câmara de Recursos Humanos da Unicamp, assessorados por consultores da Fundação Getúlio Vargas. Contou ainda com a participação ativa de um representante eleito dos funcionários no Conselho Universitário.

A nova carreira foi fundamentada em três pontos: (a) definição de critérios para a progressão funcional que levassem em conta o desempenho e a produtividade; (b) estímulo ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento contínuo; (c) comprometimento com os objetivos institucionais da Unicamp. Na definição da nova carreira, foram também levadas em consideração as carreiras das outras duas universidades estaduais paulistas (USP e Unesp), bem como a proposta elaborada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU).

A versão preliminar do novo plano de carreira foi submetida a um amplo debate por meio das 46 Câmaras Setoriais de Acompanhamento de Recursos Humanos, as quais congregam representantes de todos os funcionários da Unicamp. As sugestões advindas desse debate foram analisadas e incorporadas à versão final do PCVS, que foi então submetida à discussão e aprovada pela Câmara de Recursos Humanos da Universidade, tendo sua implantação sido iniciada a partir de junho de 2001.

Nessa fase inicial, o grupo técnico percorreu as unidades que compõem a Unicamp, apresentando e detalhando o PCVS aos funcionários e esclarecendo dúvidas e especificidades individuais. Esse processo de discussão ampla e transparente do PCVS com a comunidade, apesar da relativa demora que causou em sua implantação, foi necessário e importante, pois envolveu a grande maioria do seu corpo de funcionários.

Deve ser ressaltado o fato de que, diferentemente do que ocorre em outros órgãos públicos que passaram por experiências semelhantes, na Unicamp a opção pela nova carreira é feita por meio de ato de vontade do funcionário. Aqueles que não optarem pelo PCVS continuam a ter sua relação de trabalho com a Universidade regida pela antiga carreira. Por outro lado, já durante essa fase inicial, foi dada especial atenção a algumas funções, visando corrigir já desde o primeiro momento algumas distorções históricas da carreira antiga. Esse processo, que exigiu a análise de milhares de casos individuais e que consumiu tempo, foi concluído com êxito no final de dezembro de 2001.

O panorama atual do PCVS inclui cerca de 2.700 optantes. Embora a opção pela nova carreira não implique automaticamente em aumento imediato nos vencimentos, a correção das distorções acima citadas levou à necessidade de re-enquadramento de cerca de 1.700 servidores, o que representa um acréscimo de R$ 9,45 milhões nos investimentos em salários em 2002.

O PCVS entra agora em uma nova fase: a valorização das trajetórias profissionais individuais e o reconhecimento da formação compatível com as atividades exercidas. Essa nova fase já foi iniciada e seu desenvolvimento ocorrerá ao longo dos próximo.

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