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É bom lembrar que o período da escravidão no Brasil terminou em 1888, período em que nada era orientado para a satisfação pessoal. Nos dias atuais é impossível pensar em resultados positivos em uma empresa sem considerar as pessoas envolvidas com a organização.

Alguém consegue imaginar-se sorrindo naturalmente, com uma tremenda dor de cabeça? Que tal imaginar-se plenamente feliz sabendo da morte de um ente muito querido e próximo? Da mesma forma, guardadas as devidas proporções, é impossível alguém gerar resultados positivos (ou sorrisos) para uma organização estando em uma posição desconfortável, sentindo-se ameaçado, humilhado, desprezado, um trapo, cheio de dor.

Afinal de contas, qual a vantagem em gerar resultados positivos se tudo em volta é negativo? Por que ser amor, se o que se vê e ouve, em volta, são estalos de chicotes, gritos e palavrões horrorosos?

Se esse ambiente pesado ainda é comum em algumas organizações, então por que os colaboradores não tomam alguma atitude? O escritor Jerônimo Mendes responde: “Poucos se arriscam a discutir as relações desumanas no ambiente onde se ganha o pão de cada dia. Fomos doutrinados desde a Revolução Industrial para a submissão, por questão de sobrevivência. O profissional sofre calado até o último minuto, pois pensa na esposa, nos filhos, na mãe doente. É difícil administrar a pressão que vem do chefe, da família e da sociedade – não fomos treinados para isso. É uma questão de cultura.”

Muitos empresários (chicoteadores) acreditam que o grito conduz ao respeito. Enganam-se profundamente, pois o grito traz consigo a desarmonia do ambiente e o medo. O medo, como os gritos, passa. O respeito adquirido através de uma política de extremo respeito às pessoas, permanece para sempre.

Podemos fazer um comparativo muito simples: se um guarda nos surpreende quando cometemos alguma infração às leis de trânsito e nos dá uma “bronca daquelas”, ele simplesmente vai lavrar a multa. Nós pagaremos e somente vamos nos lembrar da falta de educação dele, desejando ardentemente nunca mais encontrá-lo pelos nossos caminhos.

Ao passo que, se o mesmo profissional, educadamente nos mostra os riscos que estávamos correndo e o risco em que colocávamos outras pessoas, agindo como um “educador” e não como um “capataz”, nunca mais nos esqueceremos da atitude e da personalidade daquele guarda, fazendo com que sempre nos lembremos das suas palavras quando “ameaçarmos cometer novamente a mesma infração”. Muito além de pagarmos a multa, pagaremos por uma boa educação no trânsito.

Sendo assim, o grito e o medo não levam ao respeito, ao compromisso ou à vontade de realizar bons trabalhos.

A interação produtividade (com resultados positivos) versus pessoas plenamente satisfeitas é uma lógica. Contudo, ainda falta boa vontade e capacidade de percepção a muitos empresários (chicoteadores), para que possam mergulhar de corpo e alma nessa nova missão: o respeito ao próximo. Missão essa que passa também pelo lado espiritual.

Entre tantos versículos bíblicos sobre o assunto, posso citar o livro do Eclesiastes, capítulo 33, versículo 32: “Tens um funcionário? Trata-o como a ti mesmo, pois necessitas dele como de ti mesmo.”

Resumindo: quer ter lucro? Respeite as pessoas, invista nas pessoas, pois, dessa forma, os resultados fluirão de maneira espetacular. Esse caminho não tem volta: as pessoas são a tônica das organizações.

Tudo que espero é que os empresários brasileiros acordem e/ou estejam sempre alertas para essa realidade de respeito às pessoas no ambiente de trabalho e que tantos outros aposentem o “velho chicote” para que seja somente uma lembrança de um tempo que, queira Deus, jamais haverá de voltar.

Fonte: rh.com.br

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