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Este artigo tem um alvo específico: destina-se a um determinado tipo de funcionário que se caracteriza por uma postura profissional exclusivamente reativa. Ao invés de fazer coisas acontecerem, passivamente espera que elas aconteçam. Nesses casos, tudo indica que a proatividade ou a iniciativa sejam as principais competências a serem desenvolvidas.

Tais profissionais deveriam lembrar que nenhuma instituição existe por si e que não passa de uma entidade abstrata. São as pessoas que a compõem que, na verdade, transformam o conceito de instituição em algo vivo, dinâmico e produtivo.

Portanto, uma instituição é uma coletividade. E, o que é mais importante, uma coletividade que, pelo menos teoricamente, tem os mesmos objetivos de realização, ganho e sobrevivência. Do porteiro ao presidente, todos querem – ou deveriam querer – o crescimento, o aumento da produtividade e do nível de qualidade, a racionalização dos gastos e do uso do tempo; a excelência do clima, das relações e da qualidade de vida; o lucro, enfim. Essa postura implica em participar de modo constante, entusiasmado e voluntário dos planos, projetos e campanhas, não considerando que dimensões ou importância sejam atribuídos a eles – tudo é importante numa instituição.

Pode-se observar em muitas instituições, sobretudo naquelas de cultura familiar, conservadora ou paternalista, uma tendência geral de boa parte dos colaboradores de esperar que o grande chefe (presidente, gerente-geral ou diretor) tire da cartola a solução mágica dos problemas organizacionais e assim, sozinho, resolva a crise para a felicidade geral de todos. A partir dessa expectativa, ninguém mais pensa, ousa ou toma iniciativa.

Ora, salvo raríssimas exceções, nenhum presidente, gerente-geral ou diretor é suficientemente genial ou super-qualquer-coisa para, sozinho, pensar e descobrir soluções criativas para tirar uma instituição da crise. Por mais que ele seja competente, não é onipotente nem onisciente. É o primeiro a saber que tem uma equipe de profissionais à sua disposição. No entanto, temos visto e ouvido muitos desses dirigentes frustrados ao perceber que suas “equipes de profissionais” só funcionam na base do saca-rolha (se não puxar, as idéias não saem) ou na base do empurrão: só assim a fila anda. Ou seja, duas técnicas ultrapassadas de se obter resultados.

Nossa mensagem vale para todo e qualquer profissional que faça parte de uma coletividade organizacional e que não tenha na iniciativa seu ponto forte: numa instituição, todos são responsáveis pelos resultados e pela solução dos problemas, independentemente do cargo que exerçam: contínuos, auxiliares de escritório, secretárias, vendedores, supervisores, gerentes – todos. Boas idéias não são privilégio de altos cargos. Os neurônios desconhecem títulos hierárquicos.

É importante que esses profissionais internalizem o fato de que muitas cabeças pensam melhor que uma. Cada funcionário, a seu modo, mesmo considerando-se eventuais limitações técnicas, acadêmicas, culturais e pessoais, pode contribuir para tirar sua instituição da crise, participando das ações ou dando sugestões ao escalão maior.

Inclusive, muitas coisas podem ser feitas sem necessidade de autorizações superiores: sua energia, sua dedicação, seu comprometimento, sua pontualidade – são decisões suas e só depende de você colocá-las ou não em prática.

Uma última recomendação a quem possa interessar: convém ao profissional jamais condicionar o seu comportamento na instituição ao dos demais colegas. Faça a sua parte sem se deixar influenciar pelo vizinho. Se ele permanece de braços cruzados enquanto você e outros tiram água do barco, não se preocupe e continue fazendo a sua parte.

Fonte: Floriano Serra, psicólogo, consultor de instituiçãos para RH e diretor-presidente do Instituto Paulista de Análise Transacional

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